Numa viagem recente, descobri um cemitério de hotéis. Alguns de vós, em vez de olhar para este facto como uma tragédia ou um acontecimento infeliz, estarão a imaginar um manancial de oportunidades. Os investidores, identificam uma oportunidade de negócio, os marketers, uma vantagem competitiva na promoção do destino, e os técnicos de turismo, uma oportunidade para dinamizar o Dark Tourism. Todas as possibilidades são viáveis e complementares nesta história que vou contar. O país que vos falo é o Chipre e o cemitério de hotéis está localizado em Famagusta (a norte da ilha), atualmente ocupada pelos cipriotas-turcos. Os cipriotas gregos habitam a restante ilha.
O Chipre detém uma cultura rica e diversa, fruto das influências dos vários povos que foram passando pela ilha. Entre eles, os gregos, os romanos, os ingleses e os turcos, e a principal razão destas passagens, prender-se-á com a sua apetecida localização estratégica, entre a Europa e o Médio Oriente. Enquanto destino turístico, sofre dos mesmos problemas de outros destinos insulares: a grande dependência dos operadores turísticos; a falta de aviões diretos e o tempo que os turistas demoram a chegar ao destino (número de escalas), e a sensação permanente de isolamento. Nalguns casos, desenvolve-se um sentimento de nostalgia e evasão, apelidado de insularidade. Trata-se, no entanto, de um país culturalmente rico, repleto de ruínas com potencial arqueológico, temperaturas amenas e praias a perder de vista.
Excerto do artigo de opinião escrito por Sofia Almeida, professora na Universidade Europeia e investigadora no CEG/Territur, Universidade de Lisboa, para a TNews. O artigo completo encontra-se aqui.