Com o regresso da Liga de futebol, Governo assume uma decisão injusta para as outras modalidades.
Portugal tem sido até alvo de vários elogios internacionais: fomos suficientemente rápidos a tomar medidas, as diferentes forças políticas foram solidárias na dose certa, o que permitiu estabilidade e segurança na condução destes primeiros tempos de pandemia.
Foi gradualmente aberta a possibilidade da prática individual ao ar livre e aprovado o regresso da Liga NOS. Certamente relacionada com o poder da modalidade número um em Portugal: o maior número de praticantes, o maior número de clubes, a indústria que mais dinheiro movimenta. Adicionalmente, o regresso do futebol terá um efeito social positivo numa sociedade cansada de quarentena.
Os próximos meses vão ser decisivos para a definição da nova era do desporto profissional em Portugal em todas as modalidades. Fica o desafio para que todas as federações, associações, clubes, atletas, treinadores, media, patrocinadores e Estado façam uma reflexão séria e aproveitem para corrigir muitas das desigualdades e disfuncionalidades que existiam no desporto português.
A indústria do Desporto em Portugal contribui para os mais de 290 milhões de euros e 7 milhões de empregos que o desporto representa anualmente em toda a Europa. Está na hora de rever o futuro.
Resumo do artigo escrito por Daniel Sá para o Record.
Daniel Sá
Diretor Executivo do IPAM