Pelo segundo ano consecutivo, o Dia Mundial da Atividade Física (6 de abril) comemora-se num contexto de pandemia. Vivemos num novo mundo no qual as manifestações de afeto requerem cautela e cuidados acrescidos, as aulas estão a ser retomadas gradualmente, os restaurantes e lojas vão abrindo de forma limitada. Os ginásios e clubes desportivos estão a reabrir, mas com várias precauções de segurança, incluindo máscaras, distanciamento social e restrições quanto ao tipo de atividades possíveis de serem realizadas. É um universo alterado.
Desde março de 2020, que os sucessivos confinamentos, o fecho dos espaços públicos para realização de exercício, assim como para a prática desportiva, tem tido um impacto muito negativo nos índices de atividade física (AF) em geral e particularmente na população mais jovem. Os estudos revelam uma redução significativa dos índices de AF em Portugal, mas também a nível global. Nos jovens, que passaram a estar encerrados em casa durante as atividades letivas, esta preocupação é ainda maior.
Mas, como ser ativo na época da COVID-19? Conforme identificado pelo Colégio Americano de Medicina Desportiva para 2021, as principais tendências do mercado do exercício apresentam a tecnologia como um aliado para a prática de AF: tem-se verificado um aumento exponencial das oportunidades para se realizarem programas de treino em casa, sozinho ou em grupo, quer através de sites especializados, como também por aplicações disponíveis para smartphones e wearable gadgets, os quais podem ser também utilizados outdoor. A prática de AF no exterior, em contacto com a natureza (no que diz respeito especificamente ao novo vírus SARS COV 2, reconhece-se a relação positiva que a exposição solar promove no sistema imunitário, fruto da assimilação de vitamina D) inclui inúmeras possibilidades: desde as caminhadas, passando por corrida outdoor, passeios de bicicleta, surf, stand up Padle (SUP), escalada ou skate, são inúmeras as sugestões low cost, que os estudantes têm à disposição.
Importa salientar a relação íntima da prática regular de AF com a prevenção e desenvolvimento de mais de 40 doenças crónicas, bem como a sua associação à saúde e bem-estar. Esta é uma evidência amplamente documentada pela ciência e que já ninguém pode negar. Os benefícios que a AF reconhecidamente tem verificam-se quer ao nível fisiológico (proteção contra doenças pulmonares, cardiovasculares, oncológicas, entre outras), como também psicológico (controlo do stress, prevenção da depressão e ansiedade), social (facilita a interação social, combate o isolamento) e no que diz respeito ao sucesso escolar, estimula a memória, atenção, concentração e raciocínio.
Motivos e oportunidades não faltam, o importante é que os estudantes “se ponham a mexer”. Sempre que possível, “saiam de casa e façam atividade física… em segurança!”
Artigo de opinião de Sandra Martins, Coordenadora da Licenciatura em Ciências do Desporto e da Actividade Física da Universidade Europeia e Frederico Raposo, Coordenador de Empregabilidade da Faculdade de Ciências da Saúde e do Desporto da Universidade Europeia.