A inserção profissional dos recém-licenciados é um tema recorrente que ciclicamente vem à discussão, e que ganha particular relevância e acutilância sempre que os indicadores macroeconómicos e sociais pioram, ou tendem para isso. É a atual circunstância.
Mas, neste 2020 marcado por uma pandemia com efeitos de que não há memória, e com profissionais espartilhados entre “urgências e incertezas”, começou a circular a ideia dos graduados da pandemia, argumentando-se de que estarão menos preparados, menos bem treinados, e que passaram por um processo de ensino de facilitismos e menor rigor ou exigência. Pois desenganem-se. Talvez nunca tenhamos tido licenciados e mestres mais capacitados para dar resposta às exigências sociais e do trabalho, como agora.
Em 2016, o World Economic Forum apontava, no “Future of Jobs Report” as 10 principais skills para o corrente ano. Em muitos fóruns se apontou esta referência para fundamentar como deveríamos procurar, desenvolver e reter competências nas empresas, como se fossem as tábuas dos “10 mandamentos”. Mas agora, muitos profissionais parecem desacreditar a importância desta referência, e à falta de outros argumentos, usam a falácia de que os “licenciados do COVID” estarão menos bem preparados.
Excerto do artigo de opinião escrito por Isabel Moço, professora na Universidade Europeia. O artigo completo pode ser encontrado aqui.