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03 ago 2022

Orientação curricular por competências em saúde

Editado em 23 Jan. 2023

Os planos de estudo em saúde mais inovadores são os desenhados com integração curricular de um mapa de competências que incorpora, desde cedo, práticas profissionais supervisionadas e trabalho em equipa de forma interdisciplinar. Tal acontece, porque a contribuição para o bem-estar e qualidade de vida do ser humano é um conceito único e não isolado.

A orientação curricular por competências permite preparar os futuros profissionais de saúde para a prática profissional num ambiente em constante mudança e atualização. Para tal, não só é necessário ter conhecimentos, mas também aptidões e atitudes que se desenvolvem em todas as fases da formação profissional, sendo depois aperfeiçoadas ao longo da vida profissional, em oportunidades de aprendizagem formal (residências, mestrados e doutoramentos) ou informal.

Estas aptidões incluem, não só competências clínicas e de comunicação, mas também a capacidade de pensar de forma crítica, de pesquisar e de selecionar informações, bem como de desenvolver um método pessoal de estudo e de aprendizagem.

Para este modelo educativo, considera-se a definição de competência como “o uso habitual e criterioso da comunicação, conhecimento, competências técnicas, raciocínio clínico, emoções, valores e reflexão na prática quotidiana para benefício próprio indivíduo e da comunidade atendida” (Epstein e Hundert, 2002).

O conceito de currículo baseado em competências exige estratégias de aprendizagem para o desenvolvimento das aptidões necessárias para o exercício profissional, em vez da aquisição de uma ampla base de conhecimento pré-fabricado. Por conseguinte, as competências profissionais necessárias para os profissionais de saúde são definidas com base nas necessidades de saúde da população e nas características do sistema de saúde local. É a partir desta definição que se constroem os planos de estudos, estratégias e as melhores ferramentas para o desenvolvimento das aptidões que cada um desses profissionais de saúde tem.

O desenvolvimento de competências profissionais não é apenas desenvolvido e treinado em ambientes controlados, tais como laboratórios de simulação clínica. Neste desenvolvimento, a participação de instituições externas e profissionais de saúde que colaboram com a universidade na formação dos estudantes representa um grande desafio. Só com importantes acordos institucionais poderemos colocar o estudante no ambiente profissional que melhor desenvolve estas competências. 

 

Lourdes Martin

Médica e diretora executiva da área de Ciências da Saúde da Universidade Europeia