O futuro da investigaçao em turismo foi o tema central do webinar "Reinventing tourism: the future of tourism research", organizado pela Faculdade de Turismo e Hospitalidade da Universidade Europeia, em colaboraçao com a Dokuz Eylul University, Turquia.
Abordando a gestão de crise no turismo, nomeadamente o impacto da Covid-19 na investigação, a curto prazo, neste sector, Muzaffer Uysal, da University of Massachusetts Amherst, USA, indicou que uma redefinição de segurança e proteção afetará os destinos turísticos, concluindo que “a fim de atrair os turistas, certos locais terão de mudar mais do que nunca em termos de segurança e proteção”.
Num debate moderado pela professora Antónia Correia, diretora da Faculdade de Turismo e Hospitalidade da Universidade Europeia e pelo professor Metin Kozak, diretor da escola de turismo da Dokuz Eylul University, o investigador Noel Scott, da University of Sunshine Coast, Australia, realçou que a investigação em turismo não se alterou, “a Covid-19 é apenas um novo contexto no qual se estudam os mesmos temas de sempre”. O mesmo foi reforçado por Allan Williams, da University of Surrey, UK, que indicou que “as crises não são novas, o tipo de crise é que é. “Os temas que estudámos são os mesmos de sempre. Vamos ver várias instituições a inovar e a tentarem equilibrar, em termos de produtividade, as suas receitas e custos, o que mais uma vez não é novo”, destacou o especialista, concluindo que “o contexto é o novo fator e a confiança, na forma como os atores interpretam as medidas e percecionam as instituições no exterior, será determinante”. Cathy Hsu, do Instituto Politécnico de Hong Kong apontou como áreas estratégicas a recuperação da confiança do turista.
Geoff Wall, da University of Waterloo, Canada, realçou que neste momento “é muito difícil fazer investigação no domínio do turismo, mas a grande questão é saber se as teorias atuais são suficientemente robustas para abordar este novo contexto” provocado pela pandemia do novo coronavírus. Reforçou ainda que “é necessária alguma flexibilidade, mas as mesmas atrações e as mesmas infraestruturas vão continuar a ser procuradas”. Depois desta fase, os mesmos hábitos regressarão.