Dolores Nunes, estudante na Universidade Europeia participa no Festival Eurovisao da Cançao 2018, organizada pela RTP. Aqui fica o seu testemunho.
A minha participação neste evento foi um acontecimento inesperado. Inscrevi-me num casting através dos Student Services e na altura nem sabia bem o que iria fazer, mas pensei que, participar num evento deste calibre seria uma experiência enriquecedora. Quando soube que tinha sido “escolhida” senti algo entre felicidade e pânico. Uma semana depois soube então que ia ser host da delegação da Polónia no Eurovision Song Contest.
Criei um carinho especial pela Polónia depois de ter estado a viver cinco meses numa pequena cidade chama Lódz, a estudar no programa Erasmus+. Fiquei empolgada para rever os meus conhecimentos de polaco e conhecer artistas de lá. Resumindo muito o que fiz: foram duas semanas com poucas horas de sono, muitas dores nos pés e que passaram a correr. Desde programas turísticos, a ensaios, jantares e almoços (e claro, festas), eu tinha de um grupo de 14 polacos para todo o lado e esclarecer-lhes todas as dúvidas sobre Lisboa, Portugal e qualquer coisa que lhes viesse à cabeça. E apesar de parecer um pouco emplastro quando tento pôr em palavras, a “minha” delegação fez sempre com que me sentisse parte da equipa (até apareci em direto na televisão Polaca!).
No Altice Arena vivi dos momentos mais stressantes da minha vida, confirmar microfones, distribuir merchandising, ter a certeza que os artistas tinham águas, que a temperatura do ar não afetava as cordas vocais de ninguém e esta é uma lista com fim, mas bem comprida. Fora do Altice, vivi momentos que ficarão para sempre guardados (aquelas lamechices de quando se passam 24 sobre 24 horas com as mesmas pessoas e ficamos amigos para sempre).
Da Eurovisão preservo memórias de um inglês com o pior sotaque, mas ao mesmo tempo das pessoas inacreditáveis de todos os países, quer voluntários quer os artistas. E acima de tudo a oportunidade que tive de reviver um pouco daquilo que foi a minha experiência de Erasmus na Polónia.
Dolores Nunes.