O artigo "Robot Coworkers: The Vision of Future Hoteliers" da co-autoria dos professores da Universidade Europeia, Ines Carvalho, Sofia Lopes e Arlindo Madeira, publicado na revista _Human Behavior and Emerging Technologies_ , surgiu num contexto em que, por um lado, se preve a robotizaçao total ou parcial de cerca de 25% das unidades hoteleiras em todo o mundo e, por outro lado, os estudos existentes sobre a robotizaçao de unidades hoteleiras tendem a ser otimistas relativamente aos beneficios da integraçao de inteligencia artificial na hotelaria e turismo.
Estes estudos anteriores focam-se na eficiência em detrimento da humanização (ou desumanização) da hospitalidade e da integração dos recursos humanos nesta hipotética nova realidade. No entanto, segundo os autores, falta perceber a opinião dos futuros profissionais em relação a esta realidade.
O estudo foi realizado a partir das opiniões dos alunos da Universidade Europeia, Universidade Lusófona, Instituto Politécnico de Leiria e ESCAD.
Os 358 alunos que participaram no estudo revelaram uma atitude tendencialmente negativa ou reticente no que concerne a interação com robots no seu futuro local de trabalho, nomeadamente devido ao receio de estes poderem pôr o seu posto de trabalho em causa. Para além disso, a maior parte dos alunos crê que um ambiente de trabalho fortemente robotizado terá consequências negativas não só para os trabalhadores, mas também para os próprios clientes, devido à falta de interação humana e falta de emoções por parte dos robôs. Muitos receiam que a robotização ponha o conceito de “hospitalidade” em causa.
Contudo, este receio, apesar de expresso por uma maioria, não é extensível a todos os participantes, mantendo-se alguns bastante otimistas, nomeadamente no que concerne a complementaridade entre humanos e robôs, e a atração pela novidade que os robôs representam.
Já em termos de qualidade de serviço, as opiniões dos alunos dividem-se um pouco mais. Se, por um lado, muitos associam robotização a uma maior eficiência e melhor desempenho, outros associam-na a um maior risco de falhas devido a algumas limitações que os robôs ainda têm, nomeadamente a falta de emoções, empatia e a incapacidade de improviso. A integração massiva de robôs na hotelaria deverá ser bem pensada não só pelo setor, como também por toda a sociedade, bem como a preparação dos recursos humanos que lidarão com estas tecnologias no futuro.