No passado dia 3 de maio, a Universidade Europeia organizou as I Jornadas de Saúde, onde foi apresentado o Observatório de Saúde da instituição e o primeiro estudo por este desenvolvido.
A sessão contou com a presença da Reitora Hélia Gonçalves Pereira, da Dr.ª Maria de Belém Roseira, do Dr. Germano de Sousa, do Professor Adalberto Campos Fernandes, e foi conduzida pela Drª Andreia Lima, do Fórum Saúde XXI.
A cerimónia teve início com o discurso de abertura da Reitora, dedicado ao tema da inovação no Ensino Superior, onde destacou o trabalho que tem sido desenvolvido pela Universidade Europeia para se tornar “numa instituição que faz a diferença, em três dimensões fundamentais: na formação, na transferência de conhecimento e, naturalmente, na investigação.”
A Drª Maria de Belém Roseira conduziu uma conferência sobre o “O Sistema de Saúde do Futuro”, onde lembrou que “este momento é apenas uma mera intervenção que não nos vai dizer como é que a Saúde será no futuro, mas vai dizer como é que ela deve estar para cumprir a sua missão”. Na sua intervenção, frisou ainda que “todos os grandes relatórios internacionais referem que a despesa em saúde é um investimento. A saúde começa a ser analisada de outra forma pelos economistas, que vão fazer a relação entre a importância dos ganhos em saúde e o crescimento económico.”
A apresentação do Observatório de Saúde ficou a cargo da diretora executiva da área de Ciências de Saúde da Universidade Europeia, a Professora Lourdes Martín. O Observatório de Saúde foi criado no âmbito da missão da Universidade Europeia da transferência de conhecimento através da investigação aplicada, cujo princípio orientador é a melhoria da qualidade da informação disponível no apoio aos decisores e no reforço das competências dos cidadãos em matéria de literacia em saúde.
“Hoje em dia a aprendizagem no âmbito universitário deve estar um passo à frente. Em saúde, isso é fundamental. O Observatório de Saúde foi criado com a finalidade de gerar conhecimento em matéria de literacia em saúde.” Este tem por objetivos a investigação na área da saúde, do sistema e dos serviços de saúde, nomeadamente, através do desenvolvimento de um barómetro de monitorização e avaliação das políticas públicas.
O estudo “Os portugueses e a Saúde no pós-pandemia”, coordenado pelas Professoras Ana Passos e Lourdes Martín, representa o primeiro estudo do Observatório de Saúde. Os resultados foram apresentados pela Professora Ana Passos, que demonstrou que estes são o reflexo da “opinião, perceção e atitudes do cidadão relativamente aos Serviços de Saúde, em termos de acesso, utilização, qualidade e confiança. (…) A diferença apontada pelo estudo entre os níveis médios de importância e satisfação atribuída pelos inquiridos a diversos aspetos dos serviços de Saúde, sugere a necessidade de se realizarem ações concretas de melhoria, nomeadamente, na diminuição do tempo de espera de uma intervenção cirúrgica e o tempo de espera para consultas de especialidade”, destaca a coordenadora.
A cerimónia terminou com o painel-debate dos resultados do estudo, composto pela Professora Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, pelo Professor Manuel Barbosa, Professora Ana Paula Martins, Professor Paulo Maia e pelo Dr. Germano de Sousa, num debate moderado pela Dr.ª Andreia Lima, do Fórum Saúde XXI.
Neste debate, o Dr. Germano de Sousa lembrou que durante o período de pandemia “o cancro não desapareceu, as doenças cardiológicas não desapareceram, toda a gente se virou para a Covid. (…) Não houve capacidade de discernir que a Covid, mesmo na forma mais grave a inicial, necessitava de centros e hospitais especializados, preservando os hospitais para outras doenças.”
A Professora Ana Paula Martins destacou que a “rede de Farmácias é um espaço de oportunidade para melhores respostas na área da Saúde. (…) Aquilo que aconteceu durante a pandemia mostra-nos que nós precisamos de aproveitar todas as experiências que temos para nos prepararmos melhor. E deixar de pensar que qualquer Governo nos vai resolver o futuro.”
Para encerrar a sessão, o Professor Adalberto Campos Fernandes, antigo Ministro da Saúde e coordenador estratégico da área de Ciências da Saúde da Universidade Europeia, deixou breves comentários, onde se destacou que “tudo aquilo que foi dito foram disfunções muito bem identificadas; nós temos um bom dispositivo de saúde pública, estamos bem comparados em termos internacionais, a Europa está bem preparada e bem defendida, e, naturalmente, agora falta que todos façamos uma avaliação coletiva nacional e comunitária, para ver onde não estivemos tão bem e o que teremos de fazer melhor.”
O evento teve transmissão via streaming, através do Youtube da Universidade Europeia, e está disponível para assistir.